segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CRÔNICA: Alma

Hoje eu estava voltando da biblioteca pra casa, com os pensamentos sem rumo, talvez meio preocupado, quando, há uns 4 min. de casa, fui parado por uma moça. A moça, que não sei como se chama, mas que já me era conhecida de muito só de vistas é deficiente física. Devia ter seus 40, 45 anos. Era baixa, gorda, e tinha cabelos pretos que batiam no ombro e era catadora de latinhas, garrafas e pelo ponto, associando com o que tinha visto, recolhia espuma, muita espuma e estava defronte pra uma fábrica do ramo. Não sei qual era a tal deficiência, mas tinha dificuldades para falar, só sei que era tanta espuma que ela precisou de minha ajuda:
-Moço! Você não pode passar essa corda pro outro lado pra mim (como disse ela era muito baixa e as espumas estavam um pouco amarradas já)?
-Aham, claro.
Então, passei a corda pro outro lado e ela amarrou-a bem firme em sua bicicletinha, que tinha cara de tricículo.
-Aham; fiz o que tinha que fazer.
Daí, perguntei se ela ainda precisava de mim e ela demorou pra responder:
-Não! Obrigado!
Depois fui embora.
O que me deixou mais chocado, é que se estava andando sem rumo, com uma preocupação boba, saí de lá mais feliz e tranqüilo. Percebi, que a solidariedade com o próximo, faz muito bem. Não é apenas um ato bonito, mas um ato que felicita a alma. Isso não é poesia, é apenas ser para crer.

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